Vinte e um

Os gostos do mundo já não são mais os mesmos. Confesso que também não vejo mais as coisas como antes, apesar de eu sempre dizer que não vejo as coisas com antes. Fui aprendendo a ver pelos dois lados, a entender o que faço e como isso interfere na vida de quem divide a vida comigo.
O cheiro... esse também mudou, quando se faz 21 anos a menta toma de vez o cheiro doce que durante vinte anos te carregou. O cheiro da madeira, do suor nas horas ofegantes, se é que vocês me entendem.
Vinte e um é bastante tempo, mas passou tão rápido. Tento guardar as imagens de outrora, mas a infância está cada vez mais e mais longe, os rostos não são os mesmos, os carinhos não são os mesmos... mas isso não tira a mágica da coisa.
Os méritos, sempre existem méritos em tudo que fazemos. Dizem que para viver é preciso matar um leão por dia, o que nos leva a chegar a uma conclusão com um simples cálculo... se tivessemos que matar um leão por dia eu ja teria vencido aproximadamente 7650 leões. Ainda bem que não o fiz, não curto agressões aos animais.
As responsabilidades, essas sim são cada vez maiores, e crecem numa proporção tão grande... há tão pouco tempo eu não precisava me sujeitar a milhares de coisas que faço hoje, mas isso também faz parte do show.
Poderia falar horas e horas sobre como me sinto, mas estramente não me sinto. Os aniversários parecem cada vez mais com dias comuns. Isso sim não é um mérito.